sexta-feira, 29 de maio de 2009
KING SUNNY ADE (Nigéria) - Jùjú Music
segunda-feira, 4 de maio de 2009
THOMAS MAPFUMO (Zimbabwe) - MABASA (1984)
Mapfumo em 2002
Quando Mapfumo começou a cantar, Zimbabwe ainda era “Rodésia”, mais uma colônia britânica no continente africano. O país fica na parte sul e faz fronteira com o nosso “irmão” Moçambique, a África do Sul, Botswana e Zambia. Nos anos 60, acompanhando os movimentos nacionalistas, dos direitos humanos e principalmente o movimento dos panteras negras dos EUA, uma classe média politizada inicia o processo de independização do país, que se concretiza em 18 de abril de 1980, acompanhando uma onda de fim das colônias na África. A Rodésia passa a ser Zimbabwe, e Mapfumo & the Blacks Unlimited estão fazendo música no meio disso tudo.
Mabasa é o quinto disco deste artista. Começou a carreira interpretando temas de Otis Redding, Sam Cooke e Elvis Presley. Tudo distante da política. Porém, quando nos anos setenta o movimento pela independência do país começou a fortalecer, Mapfumo se posicionou, tornando-se um porta-voz desta causa, reafirmando os valores da sua própria cultura. Artista urbano, mesclou os ritmos da música inglesa e norte-americana, cantando em Shona, dialeto local; traduziu célullas rítmicas e melódicas tocadas nas mbira (instrumento “pai” da kalimba) em rituais locais: o som das mbira foram para as guitarras, o sons dos hosho (parente da maraca, do ganzá) foram para o chipô, e os pés batendo no chão, foram para o bumbo, produzindo uma música muito especial. Mapfumo hoje é um herói nacional.
No disco Mabasa, de 1984, destaque para a primeira faixa “Ndanzwa ngoma kurira”.
Infelizmente, nos últimos anos, the Blacks Unlimited perderam duas figuras fundamentais: o baterista Saba Mbata (morto pela AIDS) e o baixista Charles Makwoke (arrebentado por uma surra da polícia).
Ouvintes: curtam o som, posicionem-se. Não sou pai de cascudo, nem porta-voz de nada, mas não vamos nos acomodar, não vamos nos silenciar. A gente estamos aí pra se divertir e também pra não aceitar qualquer bomba que nos empurrem. Pra cima deles, popular está contigo.