sexta-feira, 29 de maio de 2009

KING SUNNY ADE (Nigéria) - Jùjú Music


SUNNY ADE é Nigeriano de 1946. É o músico de “Jùjú” mais conhecido fora do continente africano.


O "Jùjú" é um estilo que evoluiu a partir da música interpretada nos santuários dos deuses Yorubás. Ns anos 50 surgiu uma forma popular com baixo, guitarra, teclado e bateria que mesclava o antigo com o moderno. Sunny Ade ganhou o título de “KING”. O disco aqui pastado foi bancado pela gigante Island Records em 1982 e resultou em um sucesso total principalmente em Londres. Sunny Ade neste disco é acompanhado pela African Beats, composta por 17 cavalos. As músicas são sucessos nacionais adaptados para esta formação instrumental do rock-pop-funk e para o tempo de duração mais aceitável da música pop, já que em suas versões originais as músicas ocupariam os dois lados de um disco de vinil. Hoje em dia, “The King” mantém um público fiel na Nigéria e além de suas fronteiras. Quem quiser encontrar outros representantes desta música, “Isaiah Kehinde Dairo”, foi o primeiro astro da “Jùjú Music” , nos anos 60. Hoje ainda há muitas bandas de Jùjú na Nigéria.


Neste disco, destaque meu para a faixa 4, "Sunny Ti de Ariya".
Texto retirado de trechos de “Musicas Del Mundo: Africa” – Matthew Clarke e “Jùjú: a social history and etnography of na Afican Popular Music” – Christopher Alan Waterman.
Com essa, termino o primeiro bloco de pastagens. Foi Camarões, Zimbabwe e Nigéria.



segunda-feira, 4 de maio de 2009

THOMAS MAPFUMO (Zimbabwe) - MABASA (1984)


Thomas Mapfumo é um dos nomes mais fortes da música do Zimbabwe. Atuante musicalmente, social e politicamente. Trata-se de um artista com posicionamento crítico nas letras de suas músicas e em seus depoimentos.


Mapfumo em 2002


Quando Mapfumo começou a cantar, Zimbabwe ainda era “Rodésia”, mais uma colônia britânica no continente africano. O país fica na parte sul e faz fronteira com o nosso “irmão” Moçambique, a África do Sul, Botswana e Zambia. Nos anos 60, acompanhando os movimentos nacionalistas, dos direitos humanos e principalmente o movimento dos panteras negras dos EUA, uma classe média politizada inicia o processo de independização do país, que se concretiza em 18 de abril de 1980, acompanhando uma onda de fim das colônias na África. A Rodésia passa a ser Zimbabwe, e Mapfumo & the Blacks Unlimited estão fazendo música no meio disso tudo.

Mabasa é o quinto disco deste artista. Começou a carreira interpretando temas de Otis Redding, Sam Cooke e Elvis Presley. Tudo distante da política. Porém, quando nos anos setenta o movimento pela independência do país começou a fortalecer, Mapfumo se posicionou, tornando-se um porta-voz desta causa, reafirmando os valores da sua própria cultura. Artista urbano, mesclou os ritmos da música inglesa e norte-americana, cantando em Shona, dialeto local; traduziu célullas rítmicas e melódicas tocadas nas mbira (instrumento “pai” da kalimba) em rituais locais: o som das mbira foram para as guitarras, o sons dos hosho (parente da maraca, do ganzá) foram para o chipô, e os pés batendo no chão, foram para o bumbo, produzindo uma música muito especial. Mapfumo hoje é um herói nacional.

No disco Mabasa, de 1984, destaque para a primeira faixa “Ndanzwa ngoma kurira”.

Infelizmente, nos últimos anos, the Blacks Unlimited perderam duas figuras fundamentais: o baterista Saba Mbata (morto pela AIDS) e o baixista Charles Makwoke (arrebentado por uma surra da polícia).

Ouvintes: curtam o som, posicionem-se. Não sou pai de cascudo, nem porta-voz de nada, mas não vamos nos acomodar, não vamos nos silenciar. A gente estamos aí pra se divertir e também pra não aceitar qualquer bomba que nos empurrem. Pra cima deles, popular está contigo.