segunda-feira, 4 de maio de 2009

THOMAS MAPFUMO (Zimbabwe) - MABASA (1984)


Thomas Mapfumo é um dos nomes mais fortes da música do Zimbabwe. Atuante musicalmente, social e politicamente. Trata-se de um artista com posicionamento crítico nas letras de suas músicas e em seus depoimentos.


Mapfumo em 2002


Quando Mapfumo começou a cantar, Zimbabwe ainda era “Rodésia”, mais uma colônia britânica no continente africano. O país fica na parte sul e faz fronteira com o nosso “irmão” Moçambique, a África do Sul, Botswana e Zambia. Nos anos 60, acompanhando os movimentos nacionalistas, dos direitos humanos e principalmente o movimento dos panteras negras dos EUA, uma classe média politizada inicia o processo de independização do país, que se concretiza em 18 de abril de 1980, acompanhando uma onda de fim das colônias na África. A Rodésia passa a ser Zimbabwe, e Mapfumo & the Blacks Unlimited estão fazendo música no meio disso tudo.

Mabasa é o quinto disco deste artista. Começou a carreira interpretando temas de Otis Redding, Sam Cooke e Elvis Presley. Tudo distante da política. Porém, quando nos anos setenta o movimento pela independência do país começou a fortalecer, Mapfumo se posicionou, tornando-se um porta-voz desta causa, reafirmando os valores da sua própria cultura. Artista urbano, mesclou os ritmos da música inglesa e norte-americana, cantando em Shona, dialeto local; traduziu célullas rítmicas e melódicas tocadas nas mbira (instrumento “pai” da kalimba) em rituais locais: o som das mbira foram para as guitarras, o sons dos hosho (parente da maraca, do ganzá) foram para o chipô, e os pés batendo no chão, foram para o bumbo, produzindo uma música muito especial. Mapfumo hoje é um herói nacional.

No disco Mabasa, de 1984, destaque para a primeira faixa “Ndanzwa ngoma kurira”.

Infelizmente, nos últimos anos, the Blacks Unlimited perderam duas figuras fundamentais: o baterista Saba Mbata (morto pela AIDS) e o baixista Charles Makwoke (arrebentado por uma surra da polícia).

Ouvintes: curtam o som, posicionem-se. Não sou pai de cascudo, nem porta-voz de nada, mas não vamos nos acomodar, não vamos nos silenciar. A gente estamos aí pra se divertir e também pra não aceitar qualquer bomba que nos empurrem. Pra cima deles, popular está contigo.

4 comentários:

Eu Ovo disse...

ta dando essa mensagens nos downloads divshares:

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Sonzeira essas duas postagens no divshare... Manu Dibango é sensacional e o Tomaz tbm deve ser muito bom.
abração

Rocinante disse...

Prezado Eu Ovo:
agora acho que tá tudo ok.
Testei aqui e funcionou o download.
Obrigado pelo aviso.

O Thomas Mapfumo tem muita coisa mesmo.

Tenho um outro dele com esta mesma banda de 1985.
Mas o tutorial deste blog limita as pastagens de obras lançadas até 1984.

Em seguida vem mais um veneno da pesada. É o rei da "Juju music": King Sunny Ade, da Nigéria.

Anônimo disse...

Caros equinos (sem trema),
Quando teremos poderemos disfrutar de um feno novo neste blog?

Relinchadas afetuosas,

Silver

roming disse...

Saludos. Moito obrigado.
Te invito a visitar mi blog de música subsahariana.

http://musicasubsahariana.blogspot.com.es/2012/06/chimurenga-thomas-mapfumo-1.html