domingo, 28 de outubro de 2012

Pedro "Sorongo" Santos - Krishnanda - 1968



Após um ano e meio sem um post, volto a publicar algo no blog.

Dessa vez é para uma descoberta que sinto ser um dos últimos a ficar sabendo. Pelo que vejo na internet esse disco foi redescoberto nos últimos anos por vários músicos e caçadores de raridades, e agora é relançado em vinil. 




Pedro Santos foi percussionista e compositor e tocou com artistas como Maria Bethânia, Paulinho da Viola, Orquestra Tabajara, Waldir Azevedo, Baden Powell, Candeia, Antonio Carlos e Jocafi, Clara Nunes e Roberto Ribeiro.

Em 1968 foi convidado por Helcio Milito, baterista do Tamba Trio e então diretor de produção da gravadora CBS, a gravar um disco próprio.

O som lembra afrobeat, afrosamba, música oriental, sons indígenas brasileiros e outros ritmos inclassificáveis. Tudo com melodias simples e letras psicodélicas/místicas. E como Pedro Sorongo inventava muitos dos próprios instrumentos, muitos timbres são um enigma, impossível de determinar que instrumento é.

Um disco que representa bem uma época em que os discos eram feitos com muito mais liberdade do que hoje.

Destaque também para a capa mucho loca que o proprio Pedro Sorongo idealizou:








Mais informações no ótimo blog que Lys Araujo, filha de Pedro Sorongo, mantém:



segunda-feira, 22 de agosto de 2011

MILTON BANANA (1974)








Milton Banana (1935-1999) nasceu Antônio de Souza, no Rio de Janeiro. Profissionalizou-se aos 20 anos como baterista da Orquestra de Waldir Calmon. Foi baterista do conjunto de Luiz Eça e em 1959 foi o baterista da antológica primeira gravação de “Chega de Saudade”, acompanhando João Gilberto. Daí em diante, tornou-se nome consagrado da afirmação da Bossa-Nova, pois também esteve no Festival de Bossa Nova no Carneggie Hall, em Nova York, 1962, e na gravação do álbum de Stan Getz, Astrud Gilberto e João Gilberto, 1963. Nos anos 70, criou o Milton Banana Trio, com o qual lançou oito álbuns de grande sucesso, entre eles, este que contém “Só que Deram Zero pro Bedeu”, clássico do guitarreiro Luis Vagner.

LADO 1
1. Só que deram zero pro Bedeu * - Luis Vagner
2. Folhas secas / Minha festa * - Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito
3. Testamento de Bamba ** - Dora Lopes, D. Mendonça e Jean Pierre
4. Olha o que ela fez * - Eduardo Gudin e Paulo Cesar Pinheiro
5. Ela veio do lado de lá ** - Benito Di Paula
6. Pior pra ela ** - Angelo Antonio e Carlos Imperial
7. Feijãozinho com Torresmo * - Walter Queiroz
LADO 2
1. Ladeira da preguiça ** - Gilberto Gil
2. Porta aberta ** - Luiz Ayrão
3. Porte de rainha ** - Adilson Godoy
4. Se é questão de adeus, até logo * - Tom e Dito
5. Teimosia * - Antonio Carlos e Jocafi
6. Falsa cabrocha / Liso, leso e louco * - Berimbau / Antonio Carlos e Jocafi
7. Maracatu atomico ** - Nelson Jacobina e Jorge Mautner


Não tenho os nomes dos músicos que tocam no disco, mas os arranjos são divididos entre José Briamonte (*) e Kuntz Naegle (**): José Briamonte (1931) nasceu em São Paulo e foi onde iniciou a vida profissional em 1956, tocando com a Orquestra de Luis César. Realizou sua primeira gravação em 1963, tocando órgão nas faixas "Nós e o mar", de Menescal e Bôscoli e "Só saudades", de Tom Jobim. Além dos arranjos para Milton Banana, atuou como arranjador em vários festivais e gravações de Toquinho e Vinicius de Moraes, Jorge Benjor, Tom Zé, entre outros. Acompanhou em gravações de estúdio vários intérpretes brasileiros como Johnny Alf (1968), Dick Farney (1969) e Maysa (1971); Kuntz Naegele, além de arranjador e compositor atuava como saxofonista em grupos identificados com o movimento de música instrumental denominado Sambossa, como Os Copacabana, Eduardo Araújo e na orquestra de Erlon Chaves.


(a partir de informações disponíveis em: www.toquemusicall.blogspot.com, www.cliquemusic.uol.com.br, www.dicionariompb.com.br. e www.vitrola.blogspot.com).


terça-feira, 1 de março de 2011

BEBETO - Guerreiro (1982)







ÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ

Esse é o Bebeto.

Rei do Suingue!

ééé

no suingue também tem o Luis Vagner
tem o Bedeu
éééé
o Nego Luis
tem o Cy
tem o Lequinho do Pandeiro
tem o Alexandre!!!!
ééé
tem o Leleco Telles

ééé
o suingue vai rolar


1. Só penso nela – Bebeto/Luiz Comanche
2. Arigatô Flamengo – Bebeto/Adilson Silva
3. Deixa estar – Bebeto/Joãozinho/Bedeu
4. D'Angola – Belizário/Paulinho Rezende/Bebeto
5. Domingo que vem – Bebeto/Jóia Ed
6. Retremendando – Luis Vagner/Bedeu/Anires Marcos/Bebeto
7. Guerreiro – Bedeu/Leleco Telles/Bebeto
8. Oh Preta – Belizário/Paulinho Rezende
9. Luana – Joãozinho/Bebeto
10. Ser poeta – Bedeu/Luis Vagner/Bebeto
11. Cri criola – Bebeto/Luiz Comanche
12. As bandeiras – Bebeto/Bedeu


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Dizzy Gillespie - The Real Thing - 1970


Nos final do anos 60 e nos 70, alguns músicos de jazz da geração Bebop se mostraram preocupados em se "atualizar" e tentar alcançar as novas gerações, que a essas alturas estavam mais pro soul e funk. Foi o caso de Miles Davis com "On The Corner", por exemplo, e de Dizzy Gillespie, em vários discos no decorrer dos 70.
É o caso deste, onde Dizzy recorre a vários outros compositores, que provavelmente estavam mais por dentro do som da época do que ele.
No line up, vários músicos como Eric Gale (guitarra faixas 1, 6, 7 e 10) e Bernard Purdie (faixa 6).




domingo, 31 de outubro de 2010

AS ANEDOTAS DO PASQUIM


Nesse disco, Ziraldo, Chico Anysio, Ronald Golias e Zé Vasconcelos se juntam na missão de contar piadas.
É claramente dos anos 70, mas não sei o ano nem mais informações. Até tenho esse vinil em algum lugar, mas não sei onde está.
Com direito à trilha sonora totalmente funk, com muita guitarra com Bass Balls.




sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Cidinho Teixeira e Som Tropical - MUITO SUINGUE (1980)








Cavalos!!!!!!!!!!

Assim como Luis Vagner é o Guitarreiro, Cidinho Teixeira pode ser chamado de Pianeiro. Ao ouvir o disco todo vocês vão saber do que se trata. Ele não é mais um pianista do planeta: ele é um Pianeiro!!! “A mão esquerda mais nervosa do mundo”, segundo Nêgo Luis, do grupo Pau-Brasil! Cidinho é parceirão de Luis Vagner. Foi pianista de três discos do Guitarreiro: Simples (1974), Guitarreiro (1976) e Fusão das Raças (1979).

Reuni algumas informações na web a partir dos seguintes blogs: “confraria dos riograndinos” e “conexaojazz”. Milcíades Teixeira, o Cidinho, 65 anos, está radicado em Nova Iorque há 23 anos, onde mantém carreira artística juntamente com o baterista (também rio-grandino) Portinho (Telmo Porto). Cidinho começou sua carreira no final da década de 1950, como acordeonista na boate Chez Nous, no Cassino, e no conjunto Arpege, de Rio Grande. Compositor e arranjador, acompanhou Gilberto Gil, Gal Costa, Tim Maia, Tom Jobim, Elis Regina, Hermeto Pascoal e tantos mais.

Recentemente Cidinho ajudou suas cinco filhas a formar o quinteto Gimacalis, palavra criada a partir das iniciais do nome das jovens cantoras - Gisela, Mary, Carolina, Lira e Stephanie. "É uma carreira longa, são 50 anos de música, pois comecei com 11 anos de idade, Fui para Porto Alegre com 19 anos, sempre tocando. Aí fui para a Argentina, depois fui para o Rio de Janeiro, onde fiquei e fui viajando pelo mundo. Morei em São Paulo por um ano, depois fixei residência no Rio, de 71 até 85, quando saí de lá e fui para os Estados Unidos", contou Cidinho.

Este disco, de 1980, pela Polygram, se chama Muito Suingue, e é acompanhado pelo conjunto Som Tropical. A maioria das parcerias composicionais são com o letrista Paulo Sérgio Valle. A música Rumbáfrica foi regravada em 1998 pelo portoalegrense Bedeu, no disco Swing Popular Brasileiro.

Parabéns, Cidinho!! Um grande abraço dos músicos de Porto Alegre.

1 É o Seguinte (Cidinho Teixeira - Paulo Sérgio Valle)
2 Rumbáfrica (Cidinho Teixeira)
3 Sarará Sem Bandeira (Cidinho Teixeira)
4 Tô Dando um Toque (Cidinho Teixeira - Paulo Sérgio Valle - Luis Vagner)
5 Morro de Saudade (Cidinho Teixeira - Paulo Debétio)
6 Som Maneiro (Cidinho Teixeira - Paulo Sérgio Valle)
7 Reggae do Amor (Cidinho Teixeira)
8 Meu Estado Civil (Cidinho Teixeira - Walter Queiroz)
9 Amor Proibido (Cidinho Teixeira)
10 Samba, Carinho e Amor (Cidinho Teixeira - Paulo Sérgio Valle)
11 Nada Restou (Cidinho Teixeira - Paulo Sérgio Valle)


editado:
com auxílio de cavalos ligeiros, conseguimos informações que faltavam:

CIDINHO TEIXEIRA-PIANO & TECLADOS
JORGE DEGAS-BAIXO
ZEPA DE SOUZA-GUITARRRA
WILSON MEIRELES-BATERIA
CAFÉ-PERCUSSÃO

PART. ESPECIAIS:
ELIANA PITMAN
JOSE CARLOS
LUIS VAGNER
ZABELÊ & ROSE WINTER
ROSIMAR BRAGANÇA, LOMA & VERA MARA

Valeu, Antonius, Valeu Aldo!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Arthur Adams



Cantor e Guitarrista, foi músico de apoio de vários artistas, principalmente, de blues, nos anos 50 e 60. Em 1972 lançou sou primeiro disco solo, It's Private Tonight (Baita disco na onda soul-funk, com Paul Humphrey, Joe Sample e Phil Upchurch, entre outros). Home Brew, seu segundo disco solo, lançado em 1975, é mais funk que o primeiro. Alguns músicos que gravaram esta pérola são: James Jamerson (baixo), Dennis Coffey (guitarra), Earl Palmer (bateria) e Joe Sample (teclados).
O lance é transar esse disco curtidíssimo, na maior!













segunda-feira, 19 de abril de 2010

Frank Zappa & the Mothers - Roxy & Elsewhere - 1974


Quem já ouviu mais de um disco de Frank Zappa, sabe que a obra do guitarrista americano é impossivel de ser classificada.
Uma das fases que mais gosto é a fase roqueira do começo dos anos 70, mais exatamente entre 71 e 74. Principalmente o disco Live at Filmore East - June 1971, que na verdade não é creditado a Frank Zappa nem a Frank Zappa & The Mothers of Invention, e sim simplesmente a The Mothers.

Procurando mais discos da mesma época, encontra-se o disco Roxy & Elsewhere, gravado em parte no lendário teatro de Los Angeles. Lugar que inclusive serve de palco para o concurso de bandas da cena final do filme Queimando Tudo.

Uma das coisas interessantes desse disco é que Zappa fez gravações adicionais depois, em estúdio. Hoje em dia é normal bandas regravarem certos instrumentos originalmente gravados ao vivo, por estarem desafinados, mal executados, ou com timbre ruim.
Mas nesse disco não é o caso: a possibilidade de fazer overdubs em estúdio é usado por Zappa como uma ferramenta, e não como uma prática fake. Por exemplo, quando a voz do vocalista aparece dobrada, em stereo.

Trata-se de uma técnica muito interessante e que eu mesmo, se fosse músico ou baterista e um dia gravasse um disco, gostaria de usar.

Destaque também para os tecladistas Don Preston e George Duke.





segunda-feira, 29 de março de 2010

BOB JAMES - 12 - 1984


Contém a famosa Courtship, música tema da seleção norte-americana de basquete nas Olimpíadas de 84.
Bagaceiríssimo, nem eu consigo ouvir todo.




terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Índios Suyá (Brasil) 1987








É o disco de um grupo brasileiro gravado em 1987, mas que não é nada do que você está pensando.
Os Suyá vivem no Parque Nacional do Xingu, o território deles fica em Mato Grosso. Este disco acompanha o livro Why Suyá Sing?, do Anthony Seeger, norte americano que em 1972 viveu com os Suyá estudando e tentando entender a música e os rituais que eles faziam e fazem. Depois em 1987, passou outra temporada, quando então gravou estas 23 faixas e as publicou junto com o livro. Como disse a Produto Nacional, grande banda de reggae do Brasil: "Índios do planeta inteiro, deve haver um jeeeeeitoooooooooooo".

Este é mais um caso que dá pra espichar o limite das pastagens do blog (lançamentos até 1984).
É isso aê, seus cavalo, sem mais delongas, vamos curtir o Som dos Suyá. Hoje em dia, os Suyá são chamados KISÊDJE


terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Quando a Jamaica se encontra com a África



Neste disco – Gone Clear de Manu Dibango (Island Records) – temos um excelente encontro do reggae jamaicano, representado pela respeitadíssima e frantástica dupla do “drum and bass” jamaicano Sly & Robbie com o africanismo - já aqui apresentado pelo cavalo Rocinante – do camaronense Manu Dibango.





O Resultado é um perfeito casamento entre dois estilos musicais que na verdade sempre estiveram ligados pela enorme força da cultura africana, que nunca se perdeu apesar da grande insistência do homem europeu em exterminá-la.
Manu Dibango foi a Kingston, e no Dynamic Souns Studios gravou o disco que foi lançado no ano de 1980. Além de Sly e Robbie participam outros músicos jamaicanos, como: Robbie Lyn,Ansel Collins, Clive ´´Azul´´ Hunt, Mikey ´´Mao´´ Chung, Mikey ´´Boo´´ Richards, Willie Lindo, Geoffrey Chung, Sticky Thompson, Peter Ashbourne entre outros.



quarta-feira, 23 de setembro de 2009

FRANCO (Congo) - Franco et le TPOK Jazz






Franco Luambo Makiadi (1938 – 1989) viveu em Kinshasa, capital da Rep. Dem. do Congo. De família pobre, desde cedo teve contato com a guitarra. Aos 11 anos começou a tocar profissionalmente acompanhando um grupo local. Em 1956, aos 18, foi um dos fundadores do grupo com o qual seguiria até o fim da vida: a TP OK Jazz. Começaram tocando um repertório da música norte-americana e caribenha, porém nos anos setenta a rumba definitivamente se africanizou, e Franco foi um dos principais criadores dentro deste estilo.
Com este grupo, construiu pratcament um reinado, uma vez que epor algum tempo manteve 3 formações simultâneas da banda, um delas na Bélgica. Viajavam por toda a África e parte da Europa, muitas vezes arrecadando os melhores músicos de outras regiões do continente para a sua “empresa de fazer música”. Franco era o patrão, compositor, cantor, dono do dinheiro e guitarrista principal. Lançaram mais de 150 discos, com músicas de longa duração, que às vezes ocupavam os dois lados de um elepê. O “hit” de Franco Luambo é uma música chamada “Mario” que está disponível no youtube.
Nesta pastagem do cavalo23, temos o disco lançado em 1986, comemorativo aos 30 anos da T.P.O.K Jazz (1956-1986), com 3 faixas: 1- La vie des Hommes / 2- Ida / 3-Celio.
Franco Luambo, Le Grand Maitre, e a T.P.O.K Jazz (1956-1986).


terça-feira, 15 de setembro de 2009

KANDA BONGO MAN (Congo) - Non Stop Non Stop - 1985...

KANDA BONGO MAN

Este guitarrista e cantor Congolês influenciou muitos músicos de outros países africanos.





A guitarra em Congo se disseminou muito nos anos 60 e lá se formou uma escola tendo Franco Luambo como principal professor, "pai de todos".
Kanda Bongo Man é uma das crias de Luambo.
Os artisas do Zimbabwe, incluíndo Thomas Mapfumo, foram influenciados por esta escola da "congolese guitar music", ou "kwassa kwassa" que começou no final dos anos 50 e permanece até hoje. Ainda nos anos 90 a música congolesa à base de guitarra era muito popular no Zimbabwe de Mapfumo.
O disco aqui apresentado é de 1985.
Sei que a lei do blog limita pastagens até o ano de 1984, mas obtive uma liminar que abriu uma exceção para este cavalo congolês do chapéu de aba larga.
Non Stop Non Stop é um disco bem comercial.
3 músicas em cada lado, com 7 minutos de duração cada uma, em média.
O Congo se independizou da França em 1960.
Boa audição.
Relinchos.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

KING SUNNY ADE (Nigéria) - Jùjú Music


SUNNY ADE é Nigeriano de 1946. É o músico de “Jùjú” mais conhecido fora do continente africano.


O "Jùjú" é um estilo que evoluiu a partir da música interpretada nos santuários dos deuses Yorubás. Ns anos 50 surgiu uma forma popular com baixo, guitarra, teclado e bateria que mesclava o antigo com o moderno. Sunny Ade ganhou o título de “KING”. O disco aqui pastado foi bancado pela gigante Island Records em 1982 e resultou em um sucesso total principalmente em Londres. Sunny Ade neste disco é acompanhado pela African Beats, composta por 17 cavalos. As músicas são sucessos nacionais adaptados para esta formação instrumental do rock-pop-funk e para o tempo de duração mais aceitável da música pop, já que em suas versões originais as músicas ocupariam os dois lados de um disco de vinil. Hoje em dia, “The King” mantém um público fiel na Nigéria e além de suas fronteiras. Quem quiser encontrar outros representantes desta música, “Isaiah Kehinde Dairo”, foi o primeiro astro da “Jùjú Music” , nos anos 60. Hoje ainda há muitas bandas de Jùjú na Nigéria.


Neste disco, destaque meu para a faixa 4, "Sunny Ti de Ariya".
Texto retirado de trechos de “Musicas Del Mundo: Africa” – Matthew Clarke e “Jùjú: a social history and etnography of na Afican Popular Music” – Christopher Alan Waterman.
Com essa, termino o primeiro bloco de pastagens. Foi Camarões, Zimbabwe e Nigéria.



segunda-feira, 4 de maio de 2009

THOMAS MAPFUMO (Zimbabwe) - MABASA (1984)


Thomas Mapfumo é um dos nomes mais fortes da música do Zimbabwe. Atuante musicalmente, social e politicamente. Trata-se de um artista com posicionamento crítico nas letras de suas músicas e em seus depoimentos.


Mapfumo em 2002


Quando Mapfumo começou a cantar, Zimbabwe ainda era “Rodésia”, mais uma colônia britânica no continente africano. O país fica na parte sul e faz fronteira com o nosso “irmão” Moçambique, a África do Sul, Botswana e Zambia. Nos anos 60, acompanhando os movimentos nacionalistas, dos direitos humanos e principalmente o movimento dos panteras negras dos EUA, uma classe média politizada inicia o processo de independização do país, que se concretiza em 18 de abril de 1980, acompanhando uma onda de fim das colônias na África. A Rodésia passa a ser Zimbabwe, e Mapfumo & the Blacks Unlimited estão fazendo música no meio disso tudo.

Mabasa é o quinto disco deste artista. Começou a carreira interpretando temas de Otis Redding, Sam Cooke e Elvis Presley. Tudo distante da política. Porém, quando nos anos setenta o movimento pela independência do país começou a fortalecer, Mapfumo se posicionou, tornando-se um porta-voz desta causa, reafirmando os valores da sua própria cultura. Artista urbano, mesclou os ritmos da música inglesa e norte-americana, cantando em Shona, dialeto local; traduziu célullas rítmicas e melódicas tocadas nas mbira (instrumento “pai” da kalimba) em rituais locais: o som das mbira foram para as guitarras, o sons dos hosho (parente da maraca, do ganzá) foram para o chipô, e os pés batendo no chão, foram para o bumbo, produzindo uma música muito especial. Mapfumo hoje é um herói nacional.

No disco Mabasa, de 1984, destaque para a primeira faixa “Ndanzwa ngoma kurira”.

Infelizmente, nos últimos anos, the Blacks Unlimited perderam duas figuras fundamentais: o baterista Saba Mbata (morto pela AIDS) e o baixista Charles Makwoke (arrebentado por uma surra da polícia).

Ouvintes: curtam o som, posicionem-se. Não sou pai de cascudo, nem porta-voz de nada, mas não vamos nos acomodar, não vamos nos silenciar. A gente estamos aí pra se divertir e também pra não aceitar qualquer bomba que nos empurrem. Pra cima deles, popular está contigo.