quarta-feira, 23 de abril de 2008

AIRTO FOGO


Achei esses disco esses dias, até achei que era alguma coisa do Airto Moreira. 
Trata-se de um artista bastante desconhecido do funk francês (ou seria canadense?), que lançou apenas esse album em 1976 na França e no Canadá, e um single em 72.
Excelent trabalho de sopro, moog e clavinet.
Não existem muitas informações sobre esta banda/artista, inclusive quem souber mais , ou tiver o single de 72, por favor mande para ocavalo23@gmail.com que terei prazer de editar e adicionar no post.
Curiosidade: a música "Black Soul", do single de 72,  fez parte da trilha sonora internacional da novela Cuca Legal, de 75. Na trilha nacional, estava também a música Linha do Horizonte do Azymuth.








sexta-feira, 18 de abril de 2008

Raul em Santos!


No Clima "Raul em Santos", alucinantment, e para desespero do equus, Chicavalo Do Contratempo, vou postar 3 discos de uma vez só. Simplesment porque devem fazer parte da discoteca obrigatória de todo Excelente Animal. Especialment postados para o eqüino de casco ligeiro, Luciano Leães, esses discos proporcionarão um momento "bagúio loco" a todos.
















"Sua Viagem Será Mais Rápida e Agradavel Se Apertar Somente o Botão Do Andar Desejado"


sábado, 12 de abril de 2008

Ernest Ranglin - Jazz Jamaicano



Ernest Ranglin é um guitarrista de jazz jamaicano, que soube (e sabe) como ninguém misturar os ritmos daquela ilha - ska, rocksteady, calypso e soca - com a sonoridade do jazz americano.
Como músico de estúdio gravou com todo mundo no final dos 50 e nos 60. Nos 70, como muitos outros artistas vindos do ska (Jackie Mitto, Rico Rodriguez), teve a manha de se atualizar e fez este ótimo disco de reggae, Ranglin Roots (1976).

Alguns de seus outros discos são de sonoridade mais jazz, acompanhado apenas do trio piano/baixo acústico/bateria, como o também ótimo Bellow the Bassline. Mas sempre com a malandragem jamaicana, da repetição de linhas de baixo, com muita pausa, sem as 23 notas por segundo do jazz.

Já este, de sonoridade 70's total, tem momentos quase funk, mas com a simplicidade e economia da cozinha clássica de reggae. E com a guitarra semi-acústica de jazz comendo solta, pra cima e pra baixo.

Ernest já é veterano (76 anos) mas continua tocando mais do que nunca, excursionando e fazendo discos.





domingo, 6 de abril de 2008

Arnaldo Baptista - Loki? - 1974




No dia 31 de dezembro de 1981 ele tentou se matar. O fato de não ter conseguido, mudaria para sempre a trajetória de sua vida.
Arnaldo Dias Baptista é um gênio, um cidadão paulista nascido em 06/07/1948, que quando tinha recém 18 anos de idade, já se mostrava um superdotado musical. Aos 19, forma, junto com seu irmão Sergio Dias e sua futura esposa Rita Lee, “Os Mutantes”, considerada até hoje a melhor banda brasileira de rock de todos os tempos.
Em 1968 é lançado o primeiro disco: “Os mutantes”, e fica difícil de acreditar que o responsável pela banda tinha apenas 20 anos. Os anos seguintes foram de muita criatividade e produção, era aquela época em que nada era problema, tudo era feito com muita vontade, alegria e marotagem, coisa de guri mesmo.
Em 1969 sai o segundo disco: “Mutantes”, e em 1970 o terceiro, chamado “A divina comédia ou ando meio desligado”.
A partir de 1971 as coisas começam a mudar no conjunto. A influência das drogas começa a ficar evidente tanto nos discos como nas atitudes de seus integrantes, principalmente nas de Arnaldo. Mais ou menos nessa época eles se mudaram para a serra da Cantareira, perto de São Paulo, e ficavam o tempo todo lá tomando ácido e compondo. Os álbuns “Jardim Elétrico” e “Mutantes e seus cometas no país dos baurets” mostram um lado bem mais maduro da banda, e o espaço de Rita começa gradativamente a diminuir, até que em 1973 ela é convidada a se retirar.
O disco deste ano, “O A e o Z” reflete uma banda bem diferente da que era no começo, com uma influência bem mais progressiva na linha “Yes”, “Emerson Lake & Palmer” e Pink Floyd. As músicas começam a ficar longas, com muitas partes, muitas notas e poucos vocais. Já não tem mais aquela coisa escrachada, aquele deboche saudável e as críticas indiretas, elas ficam bem mais sérias e tristes, sendo, na verdade, o retrato do que estava acontecendo com o grupo, tanto que a gravadora se recusou a lançá-lo na época.
Com a saída de Arnaldo dos Mutantes, também em 1973, seu irmão Sérgio ainda tentou seguir com o grupo, convidando outros músicos para lhe acompanhar, mas sem sucesso, até por que o cérebro da banda sem dúvida era seu irmão. Arnaldo montou, mais pro fim dos anos 70, a banda Patrulha do Espaço, gravando um disco de estúdio em 1977 e outro ao vivo em 1978, e também não obteve um bom respaldo. Na verdade a fórmula que realmente deu certo foi com a Rita Lee integrando o grupo.



O disco que venho postar todos já conhecem, mas por muita insistência dos meus parceiros eqüinos fiz este texto. Trata-se do clássico absoluto “Loki?”, de 1974 (Setenta e quatro !!!!), um disco genial, excelente, uma obra de arte, um disco gravado pratcament ao vivo de trio: Bateria, Baixo e Piano, e de vez em quando entra um outro instrumento só para complementar, tipo um órgão, um sintetizador, um violão, uns sopros e umas cordas em algumas faixas, arranjadas por Rogério Duprat.
O time escalado para as gravações foi o mesmo que atuava nos Mutantes, menos seu irmão que foi propositalmente limado por Arnaldo; Dinho na bateria, Liminha no baixo, e Arnaldo – obviamente – ao piano.
Gravar um disco de rock sem guitarras não é para qualquer um, o cara tem que realmente ter muita convicção do que está fazendo, e Arnaldo conseguiu isso perfeitamente com essa obra, considerada um marco na história do rock nacional, apesar de ser um álbum melancólico.
Hoje em dia, Arnaldo vive isolado em um sítio em Juiz de Fora (MG), e dedica seu tempo a pintar quadros e tocar alguns instrumentos, sempre supervisionado por sua atual mulher, a Lucinha Barbosa.
Era isso pessoal, e nunca se esqueçam: Cavalo não desce escada !













Nota do Administrador tirânico:

Aproveito para humildemente disponibilizar o áudio do show do Arnaldo em Porto Alegre, há alguns anos atrás, só de voz e piano. Som mais ou menos, vale mais pelo registro dele muito apavorado com o assédio. Tocou umas 5 músicas e meia e daí a Lucinha sustou o lance. Eu mesmo não estava lá, mas vários cavalos do blog estavam: o próprio Chicavalo, acho que Rocinante, e o Baio, que inclusive alugou seu teclado.