terça-feira, 23 de setembro de 2008

Billy Blanco e Radamés Gnattali - Doutores do Samba ( 1958)





O Maestro gaúcho Radamés Gnattali (nascido em Porto Alegre - 1906, filho de uma pianista gaúcha e de um imigrante italiano apaixonado por ópera, ruma ao Rio de Janeiro em 1924 onde constrói sua biografia de muitos sucessos e parcerias) une sua obra à de Billy Blanco (paraense nascido em 1924, aparece na cidade maravilhosa no final da década de 40, tendo imediato destaque em 50 e seu merecido reconhecimento).







Este repertório foi lançado originalmente em 1958, no LP "Doutor em Samba", do cantor Paulo Marquez para a Columbia. Ao terminar a gravação, o engenheiro Umberto Contardi convenceu Billy Blanco a colocar informalmente sua voz sobre as bases instrumentais já prontas. A "brincadeira" foi guardada por Contardi durante 38 anos, e lançado em 1996.

Radamés Gnattali (regência, piano e arranjos), Chiquinho do Acordeon, Zé Menezes (guitarra), Pedro Vidal (baixo), Luciano Perrone (bateria), Zé Bodega (sax) e grande orquestra.
Billy Blanco (voz e músicas).
PEFEITO!!!!

sábado, 13 de setembro de 2008

23 - Dave Pike Set - 23



Aproveitando a ilustre oportunidade de postagem de número 23 do ano de 2008, indico dois discos de um grande artista nascido em 23 de março de 1938. Em Detroit, o vibrafonista Dave Pike começou na música com baterista. Mas deixou a bateria quando conheceu, em 1954, o vibrafone, instrumento que aprendeu a tocar sozinho. Depois de ter tocado com diversos artistas, entre eles, Herbie Mann, em Los Angeles e Nova York, mudou-se para a Alemanha, onde criou o Dave Pike Set com J.A. Rettenbacher (baixo acústico e elétrico, cello, percussão e vocais), Peter Baumeiter (bateria, percussão e vocais), Volker Kriegel (guitarra, cítara, percussão e vocais).
Sua obra, tem como principal característica, a influência da bossa nova, do soul-jazz e do experimentalismo.
Dave Pike continua na ativa e com disco ao vivo lançado em 2008.










Alguns outros discos deste excelente animal que recomendo:
Jazz For The Jet Set (1965) (com Herbie Hancock tocando orgão)
Four Reasons (1969)
Got The Feelin' (1969)
Noisy Silence - Gentle Noise (1969)
Se quiserem, é só pedir que disponibilizo estes e outros.
Aproveitem!


terça-feira, 2 de setembro de 2008

ALMEIDÃO - Cartas Celestes (1974 a 1982)



ALMEIDA PRADO é hoje em dia um dos compositores brasileiros mais importantes fora do Brasil. Provavelmente, ninguém nascido dos anos setenta em diante tenha escutado alguma coisa dele. Nascido em Santos-SP, sua obra é vasta e inclui mais de 400 composições, desde formações camerísticas e solistas, até grandes formações sinfônicas. Nestes dias de música pós-tonalatual, CARTAS CELESTES, a obra mais conhecida de Almeida Prado, deve ser ouvida por eqüinos que curtem estrelas, planetas, sistemas solares e extra-solares.
No artigo da pesquisadora Adriana Lopes da Cunha Moreira, Almeida fala um pouco sobre sua obra: "A Carta Celeste composta em 1974 surgiu a partir de uma encomenda para um evento no Planetário do Ibirapuera. Tinha que ser uma “música de fundo”, que durasse 20 minutos, abstrata e que não tivesse uma temática muito nítida, para não distrair as pessoas durante o show das estrelas. Assim, a razão que me levou a compor foi totalmente material. Com a finalidade de dar unidade ao show do Planetário, criei livremente 24 acordes atonais, que correspondem a cada letra do alfabeto grego, e que, por sua vez estão associadas (nos livros de astronomia) a cada estrela, de acordo com sua luminosidade e grandeza. Este material não temático, mas fixo, substituiria um tema, porque a cada vez que aparecesse uma constelação, surgiria o acorde associado a ela (mesmo que quem estivesse ouvindo não percebesse essa relação). Eu quis começar a obra com um “cluster” em movimento. O piano com o pedal abaixado daria um tumulto de harmônicos que iriam se acumulando do agudo para o grave, criando uma espécie de poeira cósmica de luminosidade difusa e isso seria acompanhado pelo decrescer da luz no Planetário. Em seguida, apareceriam: o Planeta Vênus, a Via Láctea e as demais constelações, que se sucederiam de acordo com o roteiro que eu havia recebido do Planetário. No final, a luz ia aumentando e o movimento ao piano seria do grave ao agudo. Quando eu voltei às Cartas Celestes, em 1981, comecei a utilizar as ressonâncias inferiores. Compus as Cartas Celestes de nºs 2 a 6 conscientemente. Achei que havia criado um sistema que ao mesmo tempo é uma atitude muito livre, sem regras. É quase uma situação sonora na qual você se apóia às vezes."


O autor atribui a "paternidade" desta sua música a Debussy, Messiaen, Beethoven e principalmente Chopin.



As peças foram lançadas em um vinil em 1982 pelo Estudio Eldorado.

São para piano solo e tem neste áudio algumas oscilações nas frequências, creio que devido à passagem de vinil para digital. Boa viagem!


Cartas Celestes 1 e 2

Cartas Celestes 3 e 4

Cartas Celestes 5 e 6