quarta-feira, 23 de setembro de 2009

FRANCO (Congo) - Franco et le TPOK Jazz






Franco Luambo Makiadi (1938 – 1989) viveu em Kinshasa, capital da Rep. Dem. do Congo. De família pobre, desde cedo teve contato com a guitarra. Aos 11 anos começou a tocar profissionalmente acompanhando um grupo local. Em 1956, aos 18, foi um dos fundadores do grupo com o qual seguiria até o fim da vida: a TP OK Jazz. Começaram tocando um repertório da música norte-americana e caribenha, porém nos anos setenta a rumba definitivamente se africanizou, e Franco foi um dos principais criadores dentro deste estilo.
Com este grupo, construiu pratcament um reinado, uma vez que epor algum tempo manteve 3 formações simultâneas da banda, um delas na Bélgica. Viajavam por toda a África e parte da Europa, muitas vezes arrecadando os melhores músicos de outras regiões do continente para a sua “empresa de fazer música”. Franco era o patrão, compositor, cantor, dono do dinheiro e guitarrista principal. Lançaram mais de 150 discos, com músicas de longa duração, que às vezes ocupavam os dois lados de um elepê. O “hit” de Franco Luambo é uma música chamada “Mario” que está disponível no youtube.
Nesta pastagem do cavalo23, temos o disco lançado em 1986, comemorativo aos 30 anos da T.P.O.K Jazz (1956-1986), com 3 faixas: 1- La vie des Hommes / 2- Ida / 3-Celio.
Franco Luambo, Le Grand Maitre, e a T.P.O.K Jazz (1956-1986).


terça-feira, 15 de setembro de 2009

KANDA BONGO MAN (Congo) - Non Stop Non Stop - 1985...

KANDA BONGO MAN

Este guitarrista e cantor Congolês influenciou muitos músicos de outros países africanos.





A guitarra em Congo se disseminou muito nos anos 60 e lá se formou uma escola tendo Franco Luambo como principal professor, "pai de todos".
Kanda Bongo Man é uma das crias de Luambo.
Os artisas do Zimbabwe, incluíndo Thomas Mapfumo, foram influenciados por esta escola da "congolese guitar music", ou "kwassa kwassa" que começou no final dos anos 50 e permanece até hoje. Ainda nos anos 90 a música congolesa à base de guitarra era muito popular no Zimbabwe de Mapfumo.
O disco aqui apresentado é de 1985.
Sei que a lei do blog limita pastagens até o ano de 1984, mas obtive uma liminar que abriu uma exceção para este cavalo congolês do chapéu de aba larga.
Non Stop Non Stop é um disco bem comercial.
3 músicas em cada lado, com 7 minutos de duração cada uma, em média.
O Congo se independizou da França em 1960.
Boa audição.
Relinchos.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

KING SUNNY ADE (Nigéria) - Jùjú Music


SUNNY ADE é Nigeriano de 1946. É o músico de “Jùjú” mais conhecido fora do continente africano.


O "Jùjú" é um estilo que evoluiu a partir da música interpretada nos santuários dos deuses Yorubás. Ns anos 50 surgiu uma forma popular com baixo, guitarra, teclado e bateria que mesclava o antigo com o moderno. Sunny Ade ganhou o título de “KING”. O disco aqui pastado foi bancado pela gigante Island Records em 1982 e resultou em um sucesso total principalmente em Londres. Sunny Ade neste disco é acompanhado pela African Beats, composta por 17 cavalos. As músicas são sucessos nacionais adaptados para esta formação instrumental do rock-pop-funk e para o tempo de duração mais aceitável da música pop, já que em suas versões originais as músicas ocupariam os dois lados de um disco de vinil. Hoje em dia, “The King” mantém um público fiel na Nigéria e além de suas fronteiras. Quem quiser encontrar outros representantes desta música, “Isaiah Kehinde Dairo”, foi o primeiro astro da “Jùjú Music” , nos anos 60. Hoje ainda há muitas bandas de Jùjú na Nigéria.


Neste disco, destaque meu para a faixa 4, "Sunny Ti de Ariya".
Texto retirado de trechos de “Musicas Del Mundo: Africa” – Matthew Clarke e “Jùjú: a social history and etnography of na Afican Popular Music” – Christopher Alan Waterman.
Com essa, termino o primeiro bloco de pastagens. Foi Camarões, Zimbabwe e Nigéria.



segunda-feira, 4 de maio de 2009

THOMAS MAPFUMO (Zimbabwe) - MABASA (1984)


Thomas Mapfumo é um dos nomes mais fortes da música do Zimbabwe. Atuante musicalmente, social e politicamente. Trata-se de um artista com posicionamento crítico nas letras de suas músicas e em seus depoimentos.


Mapfumo em 2002


Quando Mapfumo começou a cantar, Zimbabwe ainda era “Rodésia”, mais uma colônia britânica no continente africano. O país fica na parte sul e faz fronteira com o nosso “irmão” Moçambique, a África do Sul, Botswana e Zambia. Nos anos 60, acompanhando os movimentos nacionalistas, dos direitos humanos e principalmente o movimento dos panteras negras dos EUA, uma classe média politizada inicia o processo de independização do país, que se concretiza em 18 de abril de 1980, acompanhando uma onda de fim das colônias na África. A Rodésia passa a ser Zimbabwe, e Mapfumo & the Blacks Unlimited estão fazendo música no meio disso tudo.

Mabasa é o quinto disco deste artista. Começou a carreira interpretando temas de Otis Redding, Sam Cooke e Elvis Presley. Tudo distante da política. Porém, quando nos anos setenta o movimento pela independência do país começou a fortalecer, Mapfumo se posicionou, tornando-se um porta-voz desta causa, reafirmando os valores da sua própria cultura. Artista urbano, mesclou os ritmos da música inglesa e norte-americana, cantando em Shona, dialeto local; traduziu célullas rítmicas e melódicas tocadas nas mbira (instrumento “pai” da kalimba) em rituais locais: o som das mbira foram para as guitarras, o sons dos hosho (parente da maraca, do ganzá) foram para o chipô, e os pés batendo no chão, foram para o bumbo, produzindo uma música muito especial. Mapfumo hoje é um herói nacional.

No disco Mabasa, de 1984, destaque para a primeira faixa “Ndanzwa ngoma kurira”.

Infelizmente, nos últimos anos, the Blacks Unlimited perderam duas figuras fundamentais: o baterista Saba Mbata (morto pela AIDS) e o baixista Charles Makwoke (arrebentado por uma surra da polícia).

Ouvintes: curtam o som, posicionem-se. Não sou pai de cascudo, nem porta-voz de nada, mas não vamos nos acomodar, não vamos nos silenciar. A gente estamos aí pra se divertir e também pra não aceitar qualquer bomba que nos empurrem. Pra cima deles, popular está contigo.

sexta-feira, 27 de março de 2009

MANU DIBANGO – Makossa Man (1974)





Desde seu nascimento em Camarões, em 1933, Manu Dibango se sentiu dividido entre dois mundos: seus pais, pertencentes a duas etnias rivais, lhe enviaram para uma cidade do interior da França para acabar seus estudos, em terras onde a presença de um negro era muito rara. Em 1952, quando um amigo lhe emprestou o sax, a vida de músico começou. No início dos anos 60, decidido pela profissão que teria por toda a vida, Dibango começou a trajetória pelo jazz, aproximando tradições africanas com a modernidade contemporânea. Em 1985 organizou uma campanha para arrecadar verba para a Etiópia que atravessava uma crise gigantesca, reunindo muitos músicos para gravar o single “Tam-Tam Pour L´Ethiopie”. Dibango foi pessoalmente levar o lucro obtido às vítimas da fome na Etiópia pra impedir desvios. Este músico sempre lutou pelo ideal de uma “África Elétrica”: “Há pessoas que pensam que os músicos africanos não podem tocar pianos, sintetizadores nem sax. Querem ver os africanos tocando tambor... mas isto está mudando”. A contribuição de Manu Dibango foi fundamental para esta mudança.
Texto baseado no livro “Músicas do Mundo – Africa”, Matthew Clarke (1995).
Este disco é o Makossa Man, de 1974. Gravado em Paris, mixado em NY.

Manu Dibango (sax tenor e soprano, piano, órgão, vibrafone, marimba e voz); Slim Pez (guitarra); Jerry Malekany (guitarra); Small Manu Rodanet (“tumba”); Harry Gatibelza (órgão); Phillipe Neveu (baixo); Manfred Long (baixo); Lucien Dobat (bateria); Claude Vamur (bateria) e Freddy N´Kounkou (percussão).






quinta-feira, 5 de março de 2009

Betty Davis - 1973




A maior cantora funk de todos os tempos. Betty Davis, bonita, sensual, musical, com muito estilo e atitude, e com seu vozeirão sexy bota as outras cantoras no chinelo. Não tem pra ninguém. Fora isso, olha o bandão que a acompanha neste seu disco de estréia, de 1973. Nada mais, nada menos que a cozinha do Sly & Family Stone, Larry Graham (baixo) e Greg Errico (bateria), o clavinete e o hammond de Hershall Kennedy do Graham Central Station, os beacking vocals das Pointer Sisters, o guitarrista Neal Schon, da banda do Santana, entre outros excelentes animaizinhos.

Nascida Betty Mabry, se casou aos 23 anos com Miles Davis, que tinha o dobro de sua idade. Foi Betty que apresentou Jimmy Hendrix e Sly Stone a Miles, entre tantos outros músicos do rock e do psicodelismo, que acabaram o influenciando fortemente na concepção de sua nova fase “fusion”, com seus discos “In a Silent Way” e Bitches Brew”. O casamento entre Betty e Miles durou cerca de um ano. Miles diz que Betty era muito jovem e selvagem para ele, e além disso andava desconfiando que ela viesse tendo um romance com Hendrix - fato que ela nega.
A partir de então ela se lançou na carreira de cantora, gravando apenas três discos, pois sofreu boicotes de rádios e de grupos conservadores. O caso é que sua atitude e suas letras provocativas escandalizavam um bocado os moralistas da época.

A bostagem aqui é do disco de 1973, que foi relançado em 2007 com três faixas bônus.

Bom aí vai então o veneno. Bom proveito a todos!







quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

NECO - Samba e violão ( 1967)



























Daudeth Azevedo nasceu em Realengo (RJ), no dia 23 de setembro de 1932. Vulgo NECO. É... 23 de 32.


Autodidata, iniciou seus estudos com Guerra Peixe e Moacir Santos.
Neco tocou e/ou gravou com expoentes do porte de Bola Sete, Newton Mendonça, Severino Araújo, Luiz Bonfá, Gaúcho, Baden Powell, Codó, Júlio Barbosa, Geraldo Vespar, Cipó, Eumir Deodato, Gaya, Panicalli, Nelsinho, Jacob do Bandolim, Orlando Silveira, K-Ximbinho, Waltel Branco, Radamés Gnatalli, Jorginho, J.T Meireles, Dino 7 cordas, José Menezes, Raul de Barros, Maciel, Aurino, Zé Bodega, Vadico, Leo Perachi... e muitos mais.


No que se refere a cantores e cantoras a lista seria muito maior.
Em 1963 fez o seu primeiro disco solo chamado "Samba Nova Concepção", onde atua além de músico como arranjador e regente.

Grava na década de 60 outros quatro LPs como solista: "Coquetel Bossa Nova" - 1964; "Velvet Bossa Nova" - 1966; "Samba e Violão" - 1967; e "Samba e Violão, nº 2" - 1968.

O LP bostado é do 67. Canções como: Doralice (Caymmi), Disparada (Vandré), O morro não tem vez (Tom e Vininha) entre outros clássicos.

Neco mora na Tijuca (RJ) e é casado há 50 anos com sua consorte Iêda.



“VAMO MEXE ESSAS PATA AI TCHÊ!!!” XUCRO.


sábado, 10 de janeiro de 2009

Dave Valentin - Land of the Third Eye - 1980



Dave Valentin é um flautista norte-americano com descendência
porto-riquenha que mistura música latina e brasileira com r&b, funk e jazz. Começou na percussão e depois, aos 18 anos, foi para a flauta tendo como professor Hubert Laws, outro grande flautista.
Descoberto pela dupla Dave Grusin e Larry Rosen, da gravadora GRP, e primeiro artista a ser contratado, Valentin começa a atuar em gravações na segunda metade da década de 70 e, em 1979, tem a oportunidade de gravar seu primeiro disco solo.
O disco que venho pastar foi lançado em 1980 pela GRP e conta com Grusin atuando como produtor, arranjador, compositor e tecladista, usando sempre piano acústico, piano elétrico e o sintetizador polifônico Oberheim OB-X. O lado A do disco mostra uma influência mais funk, onde temos Marcus Miller no baixo, Buddy Williams na bateria, e Jeff Mironov na guitarra. Já o lado B é totalmente latino, e conta com Tito Marrero na bateria, Lincoln Goines no baixo e Michael Viñas na guitarra. Roger Squitero toca percussão e Rafael de Jesus toca congas.
Dedico esta bostagem ao também flautista e colega de espécie Rocinante, ou Equus do Chile.
Aí cavalo, tá tudo em cima: milho, ervilha, alfafa, água, cubos de açucar...é só se alimentar......mas........ como diria Altamiro Carrilho: Cigarrinho ? não. Nem pensar!
Um abraço, Do Contratempo.